Ementa:
Tendo em vista que a consolidação da Ciência Geográfica no final do século XIX orientou uma geografia escolar à construção de uma identidade nacional e territorial fortemente consolidada pela funcionalidade positivista de organização espacial para o aumento da produtividade do capitalismo, questiona-se: fomos capazes de discutir criticamente a Geografia escolar nos últimos anos e transformar a Geografia do Estado Nação em uma Geografia que reconheça a luta de classes e questione a produção desigual do espaço?
Para responder a estas questões é fundamental analisar a política nacional e internacional que determinam os projetos para a Educação, compreendendo a escola existente, para quem serve e para quê. Neste momento histórico premente debater criticamente o projeto de Educação das reformas políticas educacionais, ressaltando a recente Medida Provisória (MP) 746/2016 e o Projeto de Lei 867/2015, bem como o sentido das universidades públicas no Brasil e a formação do professor de Geografia.
JUSTIFICATIVA
A Geografia Brasileira neste momento necessita olhar para sua produção intelectual e compreender qual a Geografia concebida academicamente e de onde vem sua orientação política, para que sejamos capazes analisar os limites e as possibilidades da Geografia Escolar apreendida nacionalmente.
Neste sentido, não podemos nos furtar da discussão sobre o “papel e atuação” do Geógrafo na análise e transformação da realidade sócio espacial contemporânea. O que permanece e o que se modifica em sua relação com o Estado e o Mercado desde a consolidação da Geografia como ciência disciplinar? Para compreender este papel (o que se realiza, o que desejamos e pelo que podemos lutar) é preciso que se discuta as origens e desdobramentos dos processos de cisão na formação do Geógrafo Bacharel e do Geógrafo Licenciado mediante o projeto de Educação Universitária no Brasil.
Por fim, discutir profundamente o que significa ensinar Geografia no momento histórico presente? Qual é o sentido da fusão entre o ensino de Geografia ao ensino das Humanidades em um contexto de esvaziamento teórico e político da Educação Brasileira? Este debate sugere avaliar os desafios e limites para prática docente mediante os impactos das políticas educacionais principalmente sobre as Ciências Humanas e o Currículo dos Ensinos em nível Fundamental e Médio 4